Família é alvo de operação após movimentar quase R$ 5 milhões do tráfico com venda de imóveis na Serra gaúcha
Draco de Caxias do Sul prendeu dois homens, além de apreender imóveis e veículos, na Operação D2D
Policiais civis da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) efetuaram, nesta terça-feira, uma ofensiva contra lavagem de dinheiro em Caxias do Sul, na Serra gaúcha. O alvo foi uma família que teria movimentado quase R$ 5 milhões do tráfico de drogas por meio da venda de imóveis. Dois homens foram presos.
A chamada Operação D2D ocorreu após mais de dois anos de investigações. Foram cumpridos sete mandados de busca, sendo um em Porto Alegre, outro em Alvorada e cinco em Caxias do Sul, nos bairros São Pelegrino, Centro, Floresta, Fátima e Rio Branco.
Ainda na ação, houve o confisco de quatro imóveis, sendo três localizados no município da Serra gaúcha e um em Alvorada. Além disso, quatro veículos foram sequestrados e 62 contas bancárias, bloqueadas.
De acordo com o titular da Draco de Caxias do Sul, delegado Luciano Righês Pereira, a operação causou prejuízo superior a R$ 4 milhões ao grupo criminoso. Ele adiciona que os suspeitos utilizavam lucros da venda de drogas para adquirir casas na Serra e no litoral gaúcho.
A aquisição das residências era realizada com dinheiro em espécie, um método comum do crime organizado para dificultar lastro financeiro. O segundo passo era revender os imóveis por valores mais altos que os de mercado. Depois, o bando utilizava o excedente da negociação para comprar mais drogas.
"O grupo de suspeitos acumula oito pessoas, sendo que cinco são da mesma família. Eles coordenavam um esquema de telentrega com foco no tráfico de cocaína, então a maior parte dos clientes era de classe média e alta. Também por isso, a ofensiva se chama D2D, nome abreviado da expressão inglesa ‘door to door’, que significa ‘de porta em porta’. Em outras palavras, as drogas eram entregues nas casas dos usuários”, explicou o delegado Luciano Righês.
O titular da Draco de Caxias do Sul acrescenta que os dois homens presos na Operação D2D atuavam como operadores financeiros e entregadores de entorpecentes para os líderes do esquema, mas não são parentes deles. Entretanto, três membros da família investigada permanecem presos desde o ano passado, sendo pai, mãe e genro. Outros dois suspeitos são a filha e o filho do casal, que respondem em liberdade.
O grupo criminoso é apontado como responsável por distribuir narcóticos em Caxias do Sul e no município de Ipê. Além de traficar cocaína a uma clientela selecionada, a investigação aponta que eles também vendiam crack e maconha a usuários de menor condição financeira.
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