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Porto Alegre,20/04/2024

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Problemas de queda na rede elétrica tiram a paz de clientes da CEEE Equatorial

várias cidades do RS estão com meia fase pelos consumidores, problema é relatado em bairros de Porto Alegre e no litoral Norte

Correio do Povo
Problemas de queda na rede elétrica tiram a paz de clientes da CEEE Equatorial
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Oscilações na rede elétrica têm sido uma constante para moradores de diferentes cidades do Rio Grande do Sul concedidas à CEEE Equatorial. Relatos vindos do litoral Norte e de bairros de Porto Alegre como Centro Histórico, Independência, Petrópolis e Belém Velho tomam as redes sociais desde o temporal de 16 de janeiro.

Daiane de Moura Binkowski é gerente financeira de uma construtora em Porto Alegre, localizada na Avenida Iguassu, no Petrópolis. Conforme ela relata, a empresa tem enfrentado situações recorrentes em que a empresa fica com uma ou duas das três fases que abastecem o prédio comercial. “Ficamos 24 horas sem energia no temporal de janeiro, mas as quedas de luz acontecem sempre, em qualquer dia de vento mais forte. Na semana passada, hora tinha energia nos computadores, hora na rede do ar-condicionado. Já revisamos toda a rede interna, e o problema é na rede da CEEE”, afirma a gestora.

Aline Caiaffo tem casa em Atlântida Sul, no litoral Norte. Ela diz ter passado o último fim de semana com a luz indo e voltando, mas que os problemas persistem desde o segundo semestre de 2023. “Do ano passado pra cá tá um caos, além da falta de luz, acaba queimando equipamentos. Em setembro, no período de chuva, minha caixa de luz apareceu quebrada. Liguei, tenho protocolos, ninguém me dava atenção, acabei pagando uma instalação nova, mas continuei com problemas. Já rompeu o fio neutro, já teve neutro frouxo, já trocaram conector, já teve rompimento de fase, tudo isso está nos protocolos”, relata.

A moradora conta ainda que a CEEE Equatorial recentemente fez a substituição do cabo de energia que alimenta a residência, porém, os problemas, persistem. “No início de janeiro, depois de muitos protocolos, vieram aqui pra dizer que a minha ligação está em rede trifásica, uma gambiarra, expressão que o funcionário usou antes de trocar o cabo. O mês não tinha acabado e deu problema, vieram olhar e me disseram que o cabo que foi passado não é o cabo correto. Eu estou assim, na mão da Equatorial”, afirma.

Para evitar as queimas de eletrodomésticos, Aline contratou um profissional e revisou a rede elétrica da casa, instalando proteções contra oscilações. Nem isto teria adiantado, segundo diz. Toda vez que estourava o transformador aqui perto, queima alguma coisa ou algum aparelho que funcionava, começava a funcionar a capenga. Eu faço tudo aqui dentro, nas normas, mas não tenho segurança na luz que a CEEE Equatorial me fornece”. Decreta a consumidora, que coleciona mais de R$ 2,5 mil em prejuízos apenas neste ano.

Em Capão da Canoa, o aposentado Luiz Carlos Vieira, 65 anos, afirma viver situação parecida. O problema estaria em um transformador localizado na avenida Central, a metros da residência dele, na Praia do Araçá. “Volta e meia agora este transformador deu de estourar e ficamos horas sem luz ou indo e voltando em meia fase. É muito perigoso, já perdi um freezer e um forno micro-ondas. Não deixo mais nem a geladeira ligada” aponta.
Luiz Carlos reclama ainda do atendimento da CEEE Equatorial. Sem retorno pelo 0800 da concessionária, decidiu procurar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “A gente não consegue falar com ninguém, é sempre aquele atendimento de máquina. Eu nem iria fazer protocolo, meus vizinhos têm vários e nenhum respondido, mas estou avaliando cobrar meus eletrodomésticos queimados na Justiça”, revela. a chamada queda de fase?

Luiz Carlos reclama ainda do atendimento da CEEE Equatorial. Sem retorno pelo 0800 da concessionária, decidiu procurar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “A gente não consegue falar com ninguém, é sempre aquele atendimento de máquina. Eu nem iria fazer protocolo, meus vizinhos têm vários e nenhum respondido, mas estou avaliando cobrar meus eletrodomésticos queimados na Justiça”, revela. a chamada queda de fase?

Conforme Ronaldo Guisso, professor do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Feevale, a popular meia fase em uma rede com tensão 220 volts, como é o caso das cidades do litoral Norte, interior e região Metropolitana, ocorre por perda ou “afundamento tensão”, causada por anomalia no sistema. “Um defeito na rede externa, um galho encostado nos fios, existe uma série de fatores que podem contribuir”, afirma.

Em Porto Alegre, onde a tesão é 127 volts, é comum que as instalações sejam abastecidas com instalações bifásicas (duas fases e um neutro) ou trifásicas (três fases e um neutro). O tipo de instalação, seja em demanda residencial, comercial ou industrial, depende da carga de consumo projetada. “Para atender a um imóvel residencial, por exemplo, sem sobrecargas ou desgaste excessivo da rede, as tomadas podem estar ligadas em uma fase, enquanto as lâmpadas em outra e aparelhos de maior carga, como ar-condicionado, aquecedores e chuveiros, ficariam conectadas em outra”, detalha.

Isto, de acordo com o especialista, explica porque, em alguns casos um mesmo imóvel tem energia em parte dos cômodos apenas. Já no caso da rede alimentada apenas por uma fase e um neutro (a monofásica), é mais comum que o abastecimento seja interrompido por completo.

No caso de um chuveiro elétrico ou ar-condicionado que opera com tensão de 220 volts em localidades onde a rede é 127, o funcionamento se dá apenas quando as duas fases que chegam juntas ao aparelho, de forma a somar-se, estão ativas ao mesmo tempo. “Entre esses dois fios de 127 volts, a gente tem uma defasagem para formar o 220. São duas fases, então, quando se fala que caiu meia fase é porque caiu um dos fios de 127 volts", explica.
O professor da Feevale lembra que independente da causa da oscilação ou do tipo de instalação, a diminuição da tensão afeta a rotação de motores elétricos, por exemplo, e pode causar perda de desempenho permanente ou a queima completa. “Imagine um cenário em que não há o torque necessário para rodar o motor ou mover uma ventoinha responsável pela refrigeração. Em qualquer hipótese ocorrerá um aquecimento excessivo, podendo provocar a queima”.

Desta forma, Ronaldo Guisso recomenda que os aparelhos elétricos e eletrônicos sejam removidos das tomadas em caso de anormalidades no abastecimento. “É melhor desligar o disjuntor até a concessionária corrigir o problema em sua rede", reforça.

O professor da Feevale lembra que independente da causa da oscilação ou do tipo de instalação, a diminuição da tensão afeta a rotação de motores elétricos, por exemplo, e pode causar perda de desempenho permanente ou a queima completa. “Imagine um cenário em que não há o torque necessário para rodar o motor ou mover uma ventoinha responsável pela refrigeração. Em qualquer hipótese ocorrerá um aquecimento excessivo, podendo provocar a queima”.

Desta forma, Ronaldo Guisso recomenda que os aparelhos elétricos e eletrônicos sejam removidos das tomadas em caso de anormalidades no abastecimento. “É melhor desligar o disjuntor até a concessionária corrigir o problema em sua rede", reforça.

O que diz a CEEE Equatorial

A assessoria de comunicação da CEEE Equatorial informou que, para checar e solucionar eventuais falhas no abastecimento, depende de que os clientes procedam a abertura de chamado nos canais de atendimento da empresa. Sobre os relatos dos clientes ao Correio do Povo, a concessionária poderá avaliar pontualmente caso a caso mediante fornecimento do número de protocolo de atendimento.


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